Sr. Henrique Marques Junior. Pede-me V. algumas palavras para acompanhar o decimo volumesinho da sua encantadora bibliotéca infantil; e eu, abrindo uma excéção aos meus hábitos, de bom grado lhe envio o que deseja para abrir as suas «Perolas e diamantes.» E digo abro uma excéção, porque até hoje me tenho sistematicamente recusado a prologar livros alheios, assim como para os meus jámais tenho pedido prologos a outros camaradas.{8} Mas isto não quer dizer que V. tenha andado mal fazendo-o, pelo contrario tem feito muito bem em vista do assunto de que se trata e das pessôas autorisadas que tem chamado a depôr no tribunal da opinião publica. Isto porque a questão pedagogica, a que se liga a litteratura infantil, tem tantos controvertores que sobre ella ainda não se póde, com segurança, dogmatisar preceitos e sistemas. Muitos pedagogistas, e eu estou com elles, estimam a literatura infantil muito variada e imaginosa e aceitam como util o conto tradicional, o conto fantastico, emfim